quarta-feira, 1 de junho de 2011

ITEM 1- ENTREVISTA


Nome: Marco Antônio Dias da Silva
Formação:
Técnico em Prótese Dentária - UNITAU
Cirurgião Dentista - UNITAU
Especialista em Plantas Medicinais - UFLA
Especialista em Informática em Saúde - UNIFESP
Mestre em Biologia Buco Dental – Histologia - UNICAMP
Doutor em Biologia Buco Dental – Histologia - UNICAMP
Pós-Doutor em Histologia Humana - UniversityOf Southampton

1)Em que áreas você trabalha especificamente?
Morfologia, Biologia Crânio Facial, biopatologiadentoperiodontal, informática na saúde e educação.
2)Atualmente você desenvolve pesquisas na sua área?
Sim.
3)Como você enxerga a situação do apoio a pesquisas no brasil comparado a outros países?
Deficitária. Não entrando no mérito do auxílio a pesquisa que é incomparável, cito por exemplo a iniciação científica, aqui cada prof. Doutor, dependendo da disponibilidade pode ter 1 aluno bolsista, na Inglaterra como pos-docfellow tinha 2.
4)Qual sua perspectiva a respeito do futuro na sua área de trabalho?
Crescer sempre.
5)Na sua opinião existe uma contribuição na sua área em que se possa destacar?

Posso te dizer que ainda não ganhei nenhum prêmio Nobel. Ganhei outros tantos e com meus colaboradores publicamos trabalhos em revistas que muitos passam a vida tentando. Contudo, particularmente, acredito que para o profissional que é Professor (docente mesmo, no sentido da palavra) a formação de discentes capacitados deve ser mais importante que qualquer resultado de qualquer pesquisa.

1° Fichamento

SOARES,  A.P.  et al., Células-tronco em odontologia. Revista Dental Press de Ortodontia e Oropedia Facial, Maringá, v12, n.1, jan/fev. 2007.

Assunto: Estudo de revisão de literatura acerca das atuais tendências das pesquisas com células-tronco na Odontologia e dos fatores implicados para o sucesso na utilização prática dessas células.

A perda de elementos dentários causa problemas desde estéticos e funcionais a ortopédico-musculares e de fonação. Há diversas terapias de reposição, porém são métodos não-biológicos. Apesar desse fato não trazer riscos de gravidade, há esforços para utilização de células-tronco para esse casos. Essas células têm grande capacidade de auto-renovação e de produzir pelo menos um tipo celular especializado, por serem indiferenciadas. Para a bioengenharia há uma tríade essencial utilizada no processo: células-tronco ou progenitoras, uma matriz           e proteínas sinalizadoras, estas são fatores de crescimento para diferenciação celular. Dentre as células-tronco, há as pluripotentes ou embrionárias e as unipotentes ou multipotentes que são consideradas adultas. As embrionárias têm a vantagem de grande capacidade de diferenciação, porém têm mais instabilidade genética e tem grandes impasses éticos. Já as adultas têm chamado a atenção dos pesquisadores devido as proibições de pesquisas com células-tronco embrionárias, além de serem autogênicas, mas há dificuldade em cultivá-las invitro e não são pluripotentes. A sua principal fonte é a medula óssea. Existem evidências de que células-tronco de dentes decíduos são similares às do cordão umbilical. Comparadas às células-tronco da medula óssea e da polpa de dentes permanentes, notou-se que as SHED (stem cells from human exfoliated deciduous teeth) apresentam maior taxa de proliferação. Além disso as SHED possuem habilidade de se diferenciarem em células odontoblásticas funcionais, adipócitos e células neurais, além de estimularem a osteogênese após transplantação in vivo. Atualmente são utilizados  STRO-1 (marcador de células do estroma), Fator Von Willebrand e CD146 (molécula da superfície de células endoteliais) como marcadores microvasculares. Na formação de tecido dentário são utilizadas as matrizes PGA (ácido poliglicólico e PLGA (ácido poli co-glicolídeo copolímero), apresentando similaridade no aporte de crescimento dos tecidos. Pode-se utilizar também um sistema de matriz com a configuração tri-dimensional, a partir do colágeno tipo I, objetivando sua diferenciação em odontoblastos. Os fatores de crescimento são proteínas secretadas extracelularmente que ordenam a morfogênese durante tais interações e compreendem cinco grupos protéicos: morfogenéticas ósseas (BMPs); fatores de crescimento para fibroblastos (FGFs); proteínas Hedgehog (Hhs), proteínas wingless e int-related (Wnts) e fator de necrose tumoral (TNF). Apesar destas famílias estarem envolvidas no desenvolvimento dentário, as BMPs são suficientes para a formação de dentina terciária. Na aplicabilidade na odontologia, em um estudo in vitro, células-tronco mesenquimais da medula óssea de ratos foram isoladas e induzidas a se diferenciarem em células condrogênicas e osteogênicas através de estímulo com fator de crescimento tumoral (TGF-ȕ1). Foi id4entificado por autores uma possibilidade de transplantação de primórdios dentários e seu subseqüente desenvolvimento em humanos. Existe um grande avanço nessa área e é possível que, futuramente, se utilize da bioengenharia na terapia endodôntica e periodontal.

Fichamento feito por Weyme Stenio Soares Freitas, aluno do curso de Odontologia da Faculdade de Ciências Aplicadas Dr. Leão Sampaio.

2° Fichamento

SANTOS, MJP et al. Incidência e Características Bucais de Gêmeos Monozigóticos, Portadores da Síndrome de Down, Considerando os Fatores Ambiental e Comportamental. Revista Odontológica de  Araçatuba, v.30, n.2, p. 57-62, Julho/Dezembro, 2009.

Assunto: Foram investigados todos os pacientes com síndrome de Down, registrados no CAOE-FOAUNESP e em algumas APAEs dos municípios de Araçatuba, Bauru, Birigui, Adamantina, Auriflama, Guararapes, Cândido Mota, Botucatu, Marília e São José do Rio Preto, cujo critério exigido para a seleção era que fossem gêmeos monozigóticos, portadores da Síndrome de Down, independente do gênero e da faixa etária com o objetivo de avaliar a incidência, relatar e comparar as características clínicas bucais de gêmeos monozigóticos, portadores da síndrome de Down, considerando os fatores ambiental e comportamental.

A síndrome de Down é acompanhada por vários anomalias bucais e faciais de interesse odontológico. Os estudos clínicos com gêmeos monozigóticos têm como hipótese de que não há variação entre a genética e o ambiente. Alguns trabalhos mostram características semelhantes, outros mostram que há diferenças influenciadas pelo ambiente e comportamento. Em nosso estudo a giroversão dentária foi encontrada apenas nos gêmeos do gênero masculino em dente lateral superior(62) e em lateral inferior(82). A macroglossia é marcante nesse público. A oclusão dentária supostamente apresenta influências tanto hereditárias como do ambiente. Nesse estudo o tipo de oclusão definido por Angle, entre os irmãos foi semelhante. O estudo mostrou que é baixa a incidência de gêmeos monozigóticos portadores da Síndrome e que as características bucais são  geneticamente semelhantes em diversos aspectos, mas os fatores ambiental e comportamental relacionados à higiene bucal, hábitos, comportamento, personalidade e dieta podem interferir nessas semelhanças, acarretando variações e diferenças na condição de saúde bucal e sistêmica de gêmeos monozigóticos com esta síndrome.

Fichamento feito por Weyme Stenio Soares Freitas, aluno do curso de Odontologia da Faculdade de Ciências Aplicadas Dr. Leão Sampaio.

3° Fichamento

KIM, YJ; VIANA, AC; SCAREL-CAMINAGA, RM. Influência de fatores genéticos na etiopatogênese da doença periodontal. Revista de Odontologia da UNESP. 2007; 36(2): 175-180.

Assunto: Tem se observado grande interesse da comunidade científica internacional sobre o papel que os fatores genéticos podem desempenhar na DP e como os resultados seriam aplicados no prognóstico da doença. Portanto, foi realizada uma revisão bibliográfica com o objetivo de apresentar de forma sucinta alguns dos trabalhos mais relevantes na área através de  levantamento bibliográfico nas bases de dados Bireme e PubMed utilizando-se os termos “Periodontite, Genética e Polimorfismos”.  

Uma boa forma de avaliar os aspectos genéticos da DP (doença periodontal) é por meio de estudos realizados com gêmeos. O presente estudo mostrou que, conforme as pesquisas com gêmeos e com famílias, há indícios da influência genética na etiopatogênese da DP. No entanto, os mecanismos não foram esclarecidos. Crê-se que, no futuro, com a progressão do conhecimento de polimorfismos genéticos e suas freqüências em vastas populações de diferentes raças, os estudos que investiguem a relação entre polimorfismos e doenças terão avanços na qualidade e na aplicação dos seus
resultados. Identificar populações mais suscetíveis a determinadas doenças contribuiria na criação de políticas de saúde pública, no sentido preventivo. Na DP é importante a identificação do maior número possível de polimorfismos genéticos e suas incidências. Futuramente, com o conhecimento das freqüências dos alelos responsáveis pela ocorrência nas populações, é que um determinado polimorfismo poderá ser utilizado como marcador genético da DP. Assim, poderia ser confeccionado um “kit”, talvez adaptado para a população em questão, para detectar indivíduos com genótipo de alto risco para a doença, auxiliando também no prognóstico da DP. 


Fichamento feito por Weyme Stenio Soares Freitas, aluno do curso de Odontologia da Faculdade de Ciências Aplicadas Dr. Leão Sampaio.

4° Fichamento

OLIVEIRA, AC et al . Uso de serviços odontológicos por pacientes com síndrome de Down. Rev. Saúde Pública,  São Paulo,  v. 42,  n. 4, ago.  2008.   Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102008000400016&lng=pt&nrm=iso>. acessos em  25  maio  2011.

Assunto: Estudo transversal com 112 pares de mães com filhos sindrômicos de 3 a 18 anos, recrutados em ambulatório de genética de um hospital público, no Rio de Janeiro(RJ), 2006. Os dados foram coletados por meio de um questionário aplicado às mães e do exame bucal dos  filhos. Para análise dos dados utilizou-se a regressão logística múltipla. Analisou-se a “atenção odontológica da criança ou adolescente com síndrome de Down”, em função de características demográficas, socioeconômicas e comportamentais.  Tendo como perspectiva a prática da integralidade.


:   A trissomia do cromossomo 9 é uma condição genética rara. Nesse estudo 79,5% da amostra já tinha consultado  o dentista pelo menos uma vez.  79% pertenciam à classifi cação econômica menos favorecida. A idade média dos indivíduos era de 8 anos (±4 anos), 54% do sexo masculino e 46% feminino. A idade média das mães era de 41 anos (±8 anos), 60 delas (54%) possuíam oito anos ou mais de estudo. No exame clínico foram identificados 83 (74%) crianças ou adolescentes com maloclusão e 41(37%) com pelo menos um dente acometido por cárie dentária. A higiene bucal foi satisfatória em 97 indivíduos (87%). A assistência odontológica às crianças e adolescentes com síndrome de Down foi relacionada à orientação dos profissionais de saúde que os atendem, caracterizando um atendimento integralizado pela equipe de saúde.  As variáveis “idade”, “hábito de bruxismo”, “história prévia de cirurgia”, “orientação profissional para que a mãe levasse o filho com síndrome de Down ao dentista” e “presença de lesão de cárie dentária” foram relacionadas estatisticamente ao fato da criança ou adolescente já ter sido submetida a alguma consulta odontológica.  A atenção odontológica recebida pelo público-alvo foi influenciada pela postura dos profi ssionais que as assistem e pela idade, evidenciando a importância desses agentes para a prática de atendimento integral.

Fichamento feito por Weyme Stenio Soares Freitas, aluno do curso de Odontologia da Faculdade de Ciências Aplicadas Dr. Leão Sampaio.

5° Fichamento

BARALDI, AM. et al. Panorama nacional do uso da técnica de identificação genética nos serviços oficiais de identificação e a participação do cirurgião-dentista. RPG rev. pos-grad. São Paulo, v.15 n.4 p.:261-265, out.-dez. 2008. Disponível em http://www.fo.usp.br/revistas/rpg/EDICOES/RPG_v15n4a_261-5.pdf. acesso em  25  maio  2011.

Assunto: Pesquisa realizada em 2008, através de entrevistas com peritos, objetivando verificar a influência exercida pela técnica de DNA nos processos de identificação nos serviços de identificação brasileiros, verificando a diversidade de profissionais envolvidos nas análises e os procedimentos mais empregados.


Foram coletados dados em vinte institutos, porém três foram excluídos do estudo. Nesses, haviam 83 peritos: 44% farmacêuticos, 37% biólogos, 10% biomédicos, 5% cirurgiões-dentistas, 3% químicos e 1% médico. O sangue é a amostra mais utilizada por eles. Em 60% dos casos a amostra é proveniente de crime sexual. Dos 17, 15 responderam o quesito acreditação, sendo que oito não realizavam nenhum teste. O número de exames realizados até dezembro de 2008 variou para cada Estado entre uma dezena a mais de três mil, totalizado 9480 exames. A pesquisa reafirma o dado de que os crimes sexuais são os que mais fazem uso das técnicas de identificação genética. Essas são importantes ferramentas inseridas na prática forense para apoiar a resolução de crimes para a Medicina e Odontologia Legal. A multidisciplinariedade e a experiência dos raros Estados onde há odontolegista, demonstram que na equipe de DNA forense há necessidade da deste profissional.

Fichamento feito por Weyme Stenio Soares Freitas, aluno do curso de Odontologia da Faculdade de Ciências Aplicadas Dr. Leão Sampaio.

6° Fichamento

GOMES, GE. et al. Tratamento odontológico em paciente com trissomia do cromossomo 9: relato de caso.  RFO UPF, 2006; v.11 n.2 p.69-72. Disponível em: http://www.upf.tche.br/seer/index.php/rfo/article/viewFile/1108/633. Acesso em  25  maio  2011.

 Resumo: A trissomia do cromossomo 9 é rara. Até 2002 foram relatados 150 casos. Os casos de aborto são frequentes com fetos acometidos pela alteração genética.Em virtude da falta de colaboração da criança, outros profissional tiveram insucesso na assistência odontológica. A síndrome havia sido detectada em 2000 com cariótipo. Ao exame físico extra-bucal, apresenta assimetria facial e das mãos, cabelos finos,  hipertelorismo, estrabismo, pavilhões auriculares com implantação baixa, micrognatia acentuada, ângulos labiais inclinados para  baixo, retardo mental e dificuldade de andar e falar. O tratamento se deu em ambulatório, após avaliação de risco, com técnicas para  melhorar a aceitação da criança. Realizou-se quatro sessões de profilaxia, aplicação de clorexidina e aplicação tópica de flúor fosfato acidulado a 1,23%, além de instruções de auto-cuidado para a mãe. Foi necessário também exodontia, aplicação de verniz fluoretado, selante e restauração de resina. Apesar da literatura citar a frequencia de fenda palatina, esta não foi encontrada no caso relatado. O retardo mental causa dificuldades na manutenção da higiene bucal. É importante o manejo ambulatorial para evitar administração de anestésicos.  A importância do diagnóstico da trissomia do cromossomo 9 está  na prevenção de complicações características dessa doença, de orientações aos pais quanto ao risco de herança familiar e facilitar o planejamento futuro do paciente.

Fichamento feito por Weyme Stenio Soares Freitas, aluno do curso de Odontologia da Faculdade de Ciências Aplicadas Dr. Leão Sampaio.

7° Fichamento

 Perda de dente em acidente


KUNERT, I. R.

“Avulsão é a queda de um ou mais dentes por acidente com a saída total do alvéolo da peça dentária. As agressões na face têm como local mais freqüente de conseqüências os dentes anteriores superiores e em segundo plano os inferiores.”

“Os pacientes jovens são as maiores vítimas, pelo comportamento mais agressivo nas brincadeiras, pelo estágio de evolução dos dentes em relação a idade. Ocorrido o acidente e constatada a avulsão deve a vítima ou o socorrente recolher o(s) dente(s) se possível recolocando-o no alvéolo, nas situações em que não for possível, deve-se acondicionar em lenço ou pano o(s) dente(s) umedecidos e limpos em saliva do próprio acidentado ou do socorrente, água ou leite até o local de atendimento.”

“Outro fator importante no atendimento é a rapidez de recolocação no alvéolo, deve ser o mais rápido possível. Nos casos em que não houver condições de atendimento imediato por razões de saúde do paciente, devemos manter o(s) dente(s) em leite, sendo recomendável o reimplante até 24h após o acidente.”

“Nas avulsões a busca de atendimento deve ser rápida e o(s) dente(s) devem ser protegidos e umedecidos com saliva, leite ou água. O reimplante deve ser sempre realizado.”

“A mais grave agressão é sem dúvida a Avulsão, ou seja, a extração de uma ou mais peças dentárias. Seguidamente observamos seqüelas nas estruturas anexas de suporte como osso alveolar, mucosas e gengivas.”

“O atendimento ao traumatizado não cessa após esta fase, é importante e vital a colaboração e acompanhamento do Endodontista nas fases de manutenção e final do caso. Do momento do acidente ao primeiro atendimento os fatores, tempo, cuidados com as peças dentárias, contenção, cuidados endodônticos, determinam o prognostico do caso.”

“Trauma facial seguido de Avulsão dentária, deve sempre, após o primeiro atendimento, receber acompanhamento do Endodontista.”

Fichamento feito por Weyme Stenio Soares Freitas, aluno do curso de Odontologia da Faculdade de Ciências Aplicadas Dr. Leão Sampaio.

Fonte do artigo: http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?3022