SOARES, A.P. et al., Células-tronco em odontologia. Revista Dental Press de Ortodontia e Oropedia Facial, Maringá, v12, n.1, jan/fev. 2007.
Assunto: Estudo de revisão de literatura acerca das atuais tendências das pesquisas com células-tronco na Odontologia e dos fatores implicados para o sucesso na utilização prática dessas células.
A perda de elementos dentários causa problemas desde estéticos e funcionais a ortopédico-musculares e de fonação. Há diversas terapias de reposição, porém são métodos não-biológicos. Apesar desse fato não trazer riscos de gravidade, há esforços para utilização de células-tronco para esse casos. Essas células têm grande capacidade de auto-renovação e de produzir pelo menos um tipo celular especializado, por serem indiferenciadas. Para a bioengenharia há uma tríade essencial utilizada no processo: células-tronco ou progenitoras, uma matriz e proteínas sinalizadoras, estas são fatores de crescimento para diferenciação celular. Dentre as células-tronco, há as pluripotentes ou embrionárias e as unipotentes ou multipotentes que são consideradas adultas. As embrionárias têm a vantagem de grande capacidade de diferenciação, porém têm mais instabilidade genética e tem grandes impasses éticos. Já as adultas têm chamado a atenção dos pesquisadores devido as proibições de pesquisas com células-tronco embrionárias, além de serem autogênicas, mas há dificuldade em cultivá-las invitro e não são pluripotentes. A sua principal fonte é a medula óssea. Existem evidências de que células-tronco de dentes decíduos são similares às do cordão umbilical. Comparadas às células-tronco da medula óssea e da polpa de dentes permanentes, notou-se que as SHED (stem cells from human exfoliated deciduous teeth) apresentam maior taxa de proliferação. Além disso as SHED possuem habilidade de se diferenciarem em células odontoblásticas funcionais, adipócitos e células neurais, além de estimularem a osteogênese após transplantação in vivo. Atualmente são utilizados STRO-1 (marcador de células do estroma), Fator Von Willebrand e CD146 (molécula da superfície de células endoteliais) como marcadores microvasculares. Na formação de tecido dentário são utilizadas as matrizes PGA (ácido poliglicólico e PLGA (ácido poli co-glicolídeo copolímero), apresentando similaridade no aporte de crescimento dos tecidos. Pode-se utilizar também um sistema de matriz com a configuração tri-dimensional, a partir do colágeno tipo I, objetivando sua diferenciação em odontoblastos. Os fatores de crescimento são proteínas secretadas extracelularmente que ordenam a morfogênese durante tais interações e compreendem cinco grupos protéicos: morfogenéticas ósseas (BMPs); fatores de crescimento para fibroblastos (FGFs); proteínas Hedgehog (Hhs), proteínas wingless e int-related (Wnts) e fator de necrose tumoral (TNF). Apesar destas famílias estarem envolvidas no desenvolvimento dentário, as BMPs são suficientes para a formação de dentina terciária. Na aplicabilidade na odontologia, em um estudo in vitro, células-tronco mesenquimais da medula óssea de ratos foram isoladas e induzidas a se diferenciarem em células condrogênicas e osteogênicas através de estímulo com fator de crescimento tumoral (TGF-ȕ1). Foi id4entificado por autores uma possibilidade de transplantação de primórdios dentários e seu subseqüente desenvolvimento em humanos. Existe um grande avanço nessa área e é possível que, futuramente, se utilize da bioengenharia na terapia endodôntica e periodontal.
Fichamento feito por Weyme Stenio Soares Freitas, aluno do curso de Odontologia da Faculdade de Ciências Aplicadas Dr. Leão Sampaio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário